Uma rodada para esquecer?
Conquito e Wagner Diniz dormem enquanto Celso Roth passa
suas instruções. Ironia?
Depois de perder a fama de só ganhar em casa, o Vasco aproveitou o final de semana para acabar com outro mito: o de sempre jogar bem em São Januário. Que um dia isso aconteceria, todo mundo já sabia, a questão que fica é se esse tropeço veio no momento certo ou errado. O Celso Roth declarou que o empate vai servir para o time amadurecer e corrigir alguns erros. Em teoria, ele tem razão. Na prática, nós só poderemos saber após as partidas contra Corinthians e Paraná (o Vasco agora carrega a obrigação de vencer as duas, ou no mínimo sair com 4 pontos).
Assim como na campanha da Copa do Brasil, assim como em outros jogos do Brasileiro e assim como TODO MUNDO JÁ SABE, o Figueirense concentrou seu esquema em não deixar o time da casa criar. A marcação foi forte principalmente em cima dos três jogadores de melhor toque de bola do Vasco: Perdigão, que simplesmente não conseguiu jogar com a bola nos pés e, sem ela, ainda comprometeu na proteção à zaga (depois que levou um cartão, parou de dividir as bolas); Leandro Amaral, um fiasco toda vez que voltou para buscar jogo; e Conca, único que conseguiu se livrar bem dos marcadores e, ao lado de Wagner Diniz, garantiu um primeiro tempo razoavelmente bom para o Vasco.
Wagner Diniz, aliás, acabou sendo o destaque da partida, com uma assistência e dois pênaltis sofridos (e só um marcado, como é de costume com essa arbitragem brasileira... ok, para não dizerem que eu sou mais parcial do que eu já sou: o figueirense também teve um pênalti não marcado no final do jogo). Apesar disso, não dá para dizer que ele teve uma atuação sensacional. Continua com a mania de querer driblar todo mundo e acaba desperdiçando boas jogadas.
O empate veio num contra-ataque, originado por um escanteio mal cobrado. Com Júlio Santos e Vilson voltando da área do Figueirense, a defesa ficou fragilizada e não conseguiu evitar o gol. Logo depois o primeiro tempo acabou. Na segunda etapa, quando se esperava que o Vasco reassumisse a partida, foram dez minutos de absotulatemente nada até Peter dar um chute aleatório ao gol e acabar virando.
Foi então que as vaias e cornetagem tomaram conta de São Januário, direcionadas especialmente para Amaral e Guilherme. Eu não escondo de ninguém que considero o volante um bonde e o lateral ainda muito imaturo (apesar de habilidoso), mas simplesmente não era hora para esse tipo de coisa. Aliás, eu sou contra vaias em qualquer circunstância, não acho que elas fazem com que os jogadores se esforcem mais, apenas prejudicam seu rendimento e deixam a equipe insegura. O Vasco já não entrou bem no segundo tempo... quando começou a cornetagem, só piorou. Mesmo com estádio cheio, quando o time precisou do apoio da torcida, não teve. E a partir daí começou a errar muitos passes, dar chutes precipitados e perder bolas fáceis. Os 30 minutos que se seguiram foram terríveis, e só mesmo por milagre terminaram num gol do Leandro Amaral, porque o mais justo seria a vitória do Figueirense.
[Sinceramente, eu não entendo o que leva uma pessoa a pagar 20 reais para atrapalhar seu próprio time. Se o Vasco estivesse na zona de rebaixamento, seria ao menos compreensível, mas o time está na terceira colocação. Além do mais, foram vaiados jogadores que vem de boas atuações. São esses os mesmos torcedores que pediram a saída do Rubens Jr. e ovacionaram o Guilherme semana passada? Ontem tentaram até mesmo ensaiar vaias para o Leandro Amaral, o que para mim só pode ser um sinal do fim dos tempos.]
Um último destaque dessa partida pode ser feito à estréia de Enílton, um dos reforços para o segundo semestre. É um jogador veloz e de certa habilidade, mas percebe-se que não é lá dos mais inteligentes. Jogando pela ponta esquerda, toda jogada dele era igual: driblava um ou dois e chutava para o meio, sem nem olhar quem estava na área. Jogando de centroavante... ainda não tenho uma opinião formada.
Vamos ver no que dá.
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Minha opinião sobre os outros reforços que ainda vão estreiar:
Abuda: Não deixou saudades no Corinthians. Teoricamente é um atacante de habilidade, ou seja, seria reserva do Leandro Amaral. É uma contratação que não me agrada muito, porque se eu conheço o Celso Roth, ele vai acabar tomando o espaço do Martin Carvalho (esse sim uma verdadeira promessa). Mas também não quero me precipitar, o cara é jovem ainda.
Andrade: Vem para disputar vaga com o Perdigão. Chuta melhor e marca melhor, mas não tem a mesma visão de jogo e movimentação. De qualquer maneira, foi um excelente negócio, já que agora o Vasco fica com dois volantes que sabem sair para o jogo. Se ele conseguir se adaptar à posição de primeiro volante, melhor ainda, porque os dois poderiam jogar juntos e o Vasco teria um cobrador de faltas.
Xavier: Primeiro volante, estava jogando em Israel. Segundo ele mesmo: "meu estilo é aguerrido e não sou o tipo de jogador que gosta de aparecer". Ou seja, mesmo esquema do Amaral. Se tiver um toque de bola um pouco melhor e conseguir manter o nível na marcação, ganha a vaga. Se não, pelo menos o Vasco terá um volante de maior experiência no banco.
Leandro Bonfim: Incógnita. Tem uma trajetória semelhante ao Toró. Nas categorias de base sempre fez parte da Seleção, foi eleito melhor jogador junior do mundo e chegou a ser estudado pelo Milan. Acabou se transferindo para o PSV e seu futebol desapareceu no profissional. São Paulo e Cruzeiro chegaram a bancar sua recuperação, mas até agora nada. Honestamente, não boto fé. Mas pode dar certo e, se não der, não será o fim do mundo, já que o Vasco conta com Conca e Morais na mesma posição.
Luizão: Zagueiro da Seleção sub-20, vai ficar no Vasco por empréstimo até o fim do ano. Eu não acompanhei o Mundial que ele fez, mas entrou na lista da Bola de Ouro, o que é um bom sinal. Por outro lado, era odiado pela torcida do Cruzeiro. Enfim, até segunda ordem considero uma boa contratação, ao menos para compor elenco. Vai acabar com essa história de improvisar o Rubens Jr. na zaga quando alguém for suspenso.
Nada de Petkovic, Beto Cachaça e Fábio Baiano. E nada de Valdiram, Valdir Papel e Faioli.
Graças a Deus.
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Péssima rodada para os cariocas:
- Acho que a derrota do Flamengo não era exatamente inesperada. Estão tratando o Santos agora como se o time tivesse vencido um candidato ao título, mas a verdade é que 3x0 para o futebol que o "time" do Joel Santana mostrou foi até muito pouco. Se ficar de palhaçada, vai tomar porrada mesmo... Bom, o Flamengo volta a ter chances de vencer agora, enfrentando o Atlético-PR. É mais um jogo decisivo, como passarão a ser todos agora. Principalmente depois que o Náutico começou a gostar da primeira divisão.
- O Fluminense perdeu na volta ao Maracanã e o Renato Gaúcho reclamou que está sendo roubado. Eu não acredito num direcionamento (muito menos contra os tricolores) e a culpa nesse jogo foi mais do Somália do que do Gaciba, no entanto o Fluminense tem mesmo sido prejudicado além do "comum". Enquanto a imprensa se ocupa de condenar o churrasqueiro por causa de uma frase, esquece de abordar um problema muito mais grave: uma federação de arbitragem que não consegue ficar uma única partida sem criar polêmica e cometer erros em lances capitais. Eu ouvi algum jornalista reclamar que "daqui a pouco nós vamos começar a achar que essas declarações desrespeitosas são normais". Muito pior é aceitar esses erros como se eles fossem normais.
- Na minha opinião, empatar com o Paraná é sempre um mau negócio. Mas sendo fora de casa e tudo mais, o Botafogo ainda pode recuperar esses pontos. E o time tinha mesmo que se poupar para quarta-feira, quando acontece o jogo decisivo contra o São Paulo. Tecnicamente tenho minhas dúvidas de que essa partida será o que estão esperando, já que os bambis devem vir na retranca habitual e o gramado do Maracanã está horrível, mas de qualquer maneira vai ser importante para a tabela. Ou seja, será no mínimo emocionante.
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Não tenho muita coisa para dizer.
1 comment:
COM CERTEZA, uma rodada pra esquecer!
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