O tempo passa, o tempo voa...
Bem, amigos do Futebolêutica! A proximidade de mais um emocionantíssimo Cariocão, o melhor campeonato estadual do país, nos traz de volta ao nosso amado blog para debater e opinar sobre os fortíssimos times e grandiosíssimos craques com os quais nossos amados clubes no brindam esta temporada. Não poderiamos deixar de dar nossa brilhante contribuição para as especulações pré-pseudo melhor torneio do mundo (basta acreditar).
Tico e Teco
Mentira, tem sim. Aparentemente o planejamento pra utilização do Engenhão está sendo bem feito. Eu particularmente fiquei muito feliz de saber que o atletismo pode se tornar um dos carros chefes dessa nova gestão no que diz respeito aos esportes olímpicos. Ter aquela estrutura a disposição e não utilizar é quase a mesma coisa que pagar 7 milhões pelo Souza (que tipo de animal faz isso?).
A mais decepcionante das contratações certamente foi a do Juninho. Como se não bastasse ter deixado o clube pela porta dos fundos, ainda ficou provado, em 2008, que até uma zaga improvável e completamente alucinada consegue ser melhor que a de 2007. Zagueiros descontrolados, drogados e ameaças à integridade física de juízes e autoridades em geral aparte, o Botafogo teve a terceira defesa menos vazada do campeonato Brasileiro. Bola aérea deixou de ser 75% já gol, e não fosse uma completa perda de direção no final do ano, eu chutaria que a defesa poderia até ter se saído melhor. Estranhamente, Renato Silva foi o destaque, com uma temporada muito acima do esperado. (Não me lembro de ter visto nenhum ippon.) A contratação do Juninho não demonstra somente falta de amor próprio, mas um verdadeiro retrocesso para o setor defensivo do time (que perdeu seu grande trunfo, que eram os bons volantes - se eles não seguravam a onda em 2007, agora então...). Achar que entregar novamente a faixa de capitão a um jogador como ele vai resolver os problemas de confiança da torcida é no mínimo desrespeitar a inteligência dos alvinegros - e o pior é que funcionou, pelo menos com a turma que decidiu se despencar até Niterói só pra aplaudir o seu retorno.
A resposta, amigos, é o clássico e frustante não sei. Ninguém sabe. E não é essa a resposta que dá um friozinho na barriga? Se esse time será péssimo ou dará pro gasto é o campeonato que dirá. Minha opinião particular, entretanto, é de que as chances de passar muito de 'dá pro gasto' são remotas, e que essa formação, sem reforços, vai brigar por uma cobiçada vaga na série B de 2010. Se o Botafogo chegar perto de vencer, ou se vencer, o Carioca de 2009, eu ficaria preocupado; peculiarmente, o Botafogo costuma esbarrar em títulos com seus times mais memoravelmente bizarros. Para citar dois, o de 1993, que só não foi rebaixado porque não havia rebaixamento naquele ano, e faturou a Copa Conmebol, e o de 2002, o fatídico, que chegou à final do Rio-São Paulo e deu ao mundo Kaká (só que do lado contrário).
Esta é, claro, a minha opinião. E como todo botafoguense que se preze, ela está embasada, antes de mais nada, em muito pessimismo. Espero, do fundo do coração, que o Wellington seja o novo Beckenbauer e o Batista o novo Hernanes (porque aparentemente o Hernanes é a maior revelação os últimos tempos no futebol brasileiro). Mas eu acho que não.
Fluminense
Queridas, voltei!
O fato é que o Fluminense foi o time do Rio que melhor se moveu nesta tão querida época de contratações (mais conhecida como 'desespero'). Bem verdade que as perdas foram muitas (e importantes). Não diria que o Fluminense fez ótimas contratações, ou que montou um time muito forte, mas de maneira geral, quem foi melhor às compras foram eles (é claro).
Beber, cair, levantar...
O Flamengo conseguiu segurar o elenco de 2008, se desfazer de alguns dos 456 volantes (são apenas 231 agora) e arranjar alguns encostos reforços para a temporada. Depois da decepção Gornaldo e da recusa de Adriano em retornar ao Brasil, chegou Zé Cachaça Roberto. Apesar de ter pedido a sua saída do time quando ambos estavam no Botafogo, Cuca não só aceitou a contratação como tratou de fazer os contatos.
O Flamengo começa o ano com uma base forte e pronta, mas também com as mesmas deficiências do ano passado - e é aí que reina a esperança em Zé Roberto. Sem um ataque confiável e com pouca criatividade no meio-campo, fica com ele a responsabilidade de deixar o pobre do Juan respirar um pouco. E o cabra chegou reclamando da Alemanha, se recusando a falar o nome do Botafogo (porque, obviamente, ele nunca fez nada de errado em nenhum dos dois lugares, e são os outros os culpados por qualquer mágoa ou ressentimento) e assumindo uma paixão antiga pelo Flamengo (como todos os outros).
Façamos uma reflexão aqui. O que é o Zé Roberto? Um cara de 28 anos que passou a maior parte da carreira escondido atrás de garrafas de 51, viu uma luz no fim do túnel quando voltou ao Brasil, fez um ótimo campeonato em 2006 (melhor meia pela direita segundo a CBF, apesar desse prêmio ser a maior furada. De qualquer forma, ele bateu o Zé Roberto, o famoso, pela troféuzinho) e transformou Reinaldo em artilheiro do time. Muito se esperou dele em 2007, mas o que se viu foi um Zé Roberto vivendo de nome (e de expectativa). Poucos gols, pouco brilhantismo, pouca eficiência, muita caninha. O time de 2007 jogava que era uma maravilha, mas não misturem isso com o desempenho do Zé. As pessoas pensam logo no carrossel do Cuca quando lembram dele, e de fato ele era peça importantíssima. Mas sua função era muito mais tática do que qualquer coisa, porque o Zé de 2007 não foi metade do Zé de 2006, e lá pelas tantas do ano ele já estava inventando mil lesões e unhas encravadas pra escapar pra Salvador. Não soube aproveitar uma oportunidade de ouro que teve na Alemanha, e ainda volta pra cá com pompa de craque (e salário também). Não sei se esse é o cara que eu gostaria de ter como O CARA no meu time, não, não inspira confiança. Mas sempre resta aquela esperançazinha (dos flamenguistas agora) de que ele, dessa vez, toma vergonha na cara. Acredito que ele vá mostrar eficiência por algum tempo (nada difícil de imaginar, considerando-se que o Flamengo não é, assim, uma Brastemp na meiuca ofensivamente), mas Zé Roberto, amigos rubro-negros, vem com prazo de validade (dura mais se a caninha for de qualidade).
Vasco
Bem meu ursinho querido, meu companheirinho....
E o Vasco, queridos amigos? E o Vasco? O Vasco tem mais com o que se preocupar. Formar time pra ganhar Carioca agora é o de menos, ainda que qualquer um tenha plenas condições de ganhar esse dificílimo torneio sobre o qual falamos. A prioridade do Vasco tem que sair escapar da série B, o que vier depois disso é lucro. Nada de querer ser o Corinthians, de preferência - é meio patético querer fazer festa por segunda divisão.
Dorival Junior, Paulo Sérgio, Carlos Alberto (o empresário dele é realmente um gênio) - e aí o Vasco voltou a se concentrar em nomes mais singelos, e, algumas vezes, curiosos. Como este que ilustra o post, Pimpão, mais novo gênio não descoberto do futebol brasileiro. Pra não passar em branco, o Vasco teve que tomar uma rasteira do Leandro Amaral - eu até acho que ele tenta, muito, resistir, mas cheio de dinheiro pra ele é como Big Mac pro Zárate.
Como curiosidade do Vasco, uma manchete estranha hoje do site Globoesporte.com.
'Após carinho no Exército, Carlos Alberto é assediado na Marinha.'
... uhn?